sexta-feira, 4 de julho de 2014

Ah, pois se fossemos pássaros
Não nos sentiríamos tão sós
Seríamos mais iguais que diferentes
Nas penas simétricas confundiríamos 
Nossos irmãos a nós mesmos
As dores compartilhadas no ninho
Pesariam menos que formiga na ponta do bico

Nas asas arqueadas, ventos deslizando
Limpando cada partícula extra
Aquelas que não precisamos carregar
As mágoas seriam esquecidas
Logo no primeiro vôo
Cada semente encontrada
Em minha pequena boca
Germinaria canto sutil
Poesia espontânea na fala
Ante a dureza dos predadores

Me tranco em gaiolas
Nem pássaro ainda sou
Canto triste, só pra dentro
Com receio que me ouçam o pio
Desejando o dia em que
Entre vôos altos e rasantes
Sejam apenas de piruetas
Os medos disponíveis