terça-feira, 22 de setembro de 2020

inventar você me dá combustível pra olhar pra frente pra olhar pra dentro pra olhar inteiro um olho fechado o outro aberto piscando mais que focando o ponto era quase uma fantasia você veio por trás me pegou no susto era você? não sei. era? não era. era você. não sei foi embora não vi mais nada além do borrão da sua alegoria ou era minha apenas essa única ilusão que restou daquela purpurina pelos seios pela nuca meu hálito quente na sua nuca desnuda desnuca desnunca nunca soube nunca saberei se é possível ao te espelhar os olhos manter a âncora ou virar balão tentar provar que água levita e o fogo te mergulha num precipício desconhecido muitas vezes visitado, inventado e esquecido.