quinta-feira, 31 de maio de 2012

E foi acordada pela voz que dizia: "Ponto final mocinha. Você deve descer aqui." Ela olhou em volta, ainda embriagada pelo sono, e constatou que não tinha idéia de onde estava. Não se lembrava de seu sonhos. Como se não bastasse estar completamente perdida, tinha a sensação de habitar o sonho de outrem. Perguntou ao condutor onde estavam e ele respondeu que no ponto final do 35. 35? Ficou tentando lembrar de quando pegou o ônibus. Não tinha mais certeza se, quando viu chegar o ônibus, era o número 38 mesmo que vira por engano, achou que fosse seu velho 38 de sempre... ou se lera 35 mas entrou nele mesmo assim porque o 38 a levaria para o mesmo lugar de sempre e ela ansiava por algo novo em sua vida medíocre. O fato era que ali estava e agora não adiantava choramingar. A atitude fora tomada, consciente ou não, e ela percebeu a grande oportunidade que estava à sua frente.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

E quando de olhos fechados a retina foca na escuridão, vejo o futuro e suas três mil possibilidades.
Querer esquecer é um apego às lembranças porque o esquecer se dá no que já não mais importa ou sequer importou um dia. O saudável não é esquecer mas lembrar tanto que torna-se impossível querer retornar àquilo. Lembrar apenas do nosso bom contem em si toda a grandeza do nosso amor. Mas para todo bem há um mal em igual proporção e o nosso mal fugiu da gaiola e tomou dimensões deveras danosas.
E que toda possibilidade seja absolvida e reconhecida como legítima.
Um dia esquisito, um silêncio atípico pairava no local, onde só o que se ouvia eram os saltos das moças andando pelos corredores, o toc toc do motor e o ranger das cordas que se roçavam com a madeira no balançar da embarcação. Os saltos pararam de bater e um voz anunciou que a Barca estava pronta para partir. O destino destes passageiros, porém, é desconhecido. Eles não sabem pra onde estão indo, apenas que qualquer novo lugar será melhor que àquele que estavam deixando.