segunda-feira, 27 de outubro de 2008

UM HOMEM, UMA MULHER


Título Original: Un Homme et Une Femme
Gênero: Drama

Origem/Ano: FRA/1966

Duração: 102 min

Direção: Claude Lelouch

Em Deauville, num domingo de inverno, a jovem viúva de 30 anos, Anne Gauthier (Anouk Aimée), visita sua filha Françoise, estudante num internato da cidade. Jean-Louis Duroc (Jean-Louis Trintignant) também vem rever o filho Antoine, aluno e hóspede no mesmo endereço. No momento de voltar a Paris, Anne perde o trem e Jean-Louis lhe oferece uma carona. A semana passa e Jean-Louis só pensa na bela mulher que conheceu.
No domingo seguinte, eles se reencontram na praia de Deauville acompanhados dos filhos. Cada um é tão lento para revelar algo de pessoal, que cada revelação é oculta por uma má interpretação. Eles se tornam amigos próximos e, em seguida, ela revela que não pode ter um amante, porque, a memória do marido ainda é demasiada forte. Ele, um piloto de corridas de automóveis; ela, roteirista de cinema, tentam conduzir um relacionamento sincero e bem humorado em meio às insistentes demandas familiares e profissionais.

Um Homem, Uma Mulher despertou os olhares do mundo para a obra do premiado diretor Claude Lelouch. O filme faz uso de uma fotografia belíssima, e da música dos brasileiros Vinícius de Moraes e Baden Powell, para mostrar o despertar do amor entre o solitário convicto e a mulher precocemente viúva.

Lelouch brinca com as cores para localizar a platéia no tempo, usando o preto-e-branco e colorido para retratar memórias ou os diálogos do presente, respectivamente. Pode-se ver e ouvir nas telas os pensamentos do par questionando seus sentimentos sobre a possibilidade de iniciar um novo relacionamento. Grande parte do filme é falado em wordlessly in action, ou através de uma audição dos seus pensamentos conforme eles vão discorrendo sobre o seu dia.

Eles sabem que se amam, mas ela não se vê pronta para ele. Ela ainda está presa ao passado e é preciso se libertar do que a prende àquela história, que foi linda, mas acabou há muito tempo.
Ele, apesar de também ter sofrido muito com a perda brutal de sua esposa, já decidira voltar a ser feliz. Estava dando uma nova chance à vida. Ela o amava, mais amava ainda mais a história de amor, eternizada como num filme. E foi preciso tempo para que ela se deixasse tocar por essa nova sensação de esperança que chamamos AMOR.

Podemos ver no filme como se dá a relação das personagens com o tempo, tanto no caráter individual, quanto no momento de interação com o outro.
A máxima “cada um tem seu tempo” se torna facilmente compreensível quando sentimos, através das experiências de Anne e Jean-Louis que, apesar dos acontecimentos da vida deles terem um traço de semelhança, a maneira como cada um se comporta é pessoal, única e especial.
Este romance nos diz que quando existe amor, existe junto o respeito ao tempo do outro, ao nosso tempo e ao tempo da relação.

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